Eduardo Souto de Moura © Rita Draper Frazão |
Hoje é o dia mundial da arquitectura. No momento crítico no que toca ao tema da habitação em Portugal e, tendo eu família de arquitectos, assinalo esta data, com algo sobre o arquitecto Português Eduardo Souto de Moura que, em 2011 ganhou o prémio Pritzker (distinção máxima na Arquitectura).
Da nossa intersecção, surgiu este retrato. Desenhei o seu corpo como um edifício. Pensei nos ângulos e nos recortes tão típicos do seu olhar, que sempre enquadra a natureza e a paisagem circundante, como se de uma pintura em movimento se tratassem. Cinema em acontecimento local. Passeando com firmeza e humor entre o antigo e o futuro amanhã. O contraste entre a natureza e o cimento (preto e branco no desenho). A geografia e as paredes dos afectos. Encaixando legos, quais puzzle-esculturas de pedra, madeira e metal na linha do tempo, na natureza e nas nossas vidas (as peças que compõem o seu corpo no desenho). A abstracção de quem vê perto e em detalhe o que é só nosso e o que é de todos. O egóico prazer de criar no plural, em modo superlativo.
Como seriam um indivíduo edificante, uma casa em modo pessoas, um campo onde aterram casas, uma cidade onde a poesia dança com a história, a filosofia e outras artes? A resposta a todas estas perguntas poderia confluir no trabalho de Souto de Moura.
Aqui fica também o desenhado abraço que me dedicou.
Dedicado ao meu Pai.
English translation below.
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Today's the World Architecture Day. Considering the critical moment regarding the issue of housing in Portugal and, having a family of architects, I mark this date, with something about the Portuguese architect Eduardo Souto de Moura who, in 2011, won the Pritzker prize (maximum distinction in Architecture).
From our intersection, this portrait emerged. I drew his body like a building. I thought about the angles and cut outs, so typical of his look, which always frames nature and landscape around, as if they were a moving painting. Cinema at a local event. Strolling with firmness and humor between the ancient and the future tomorrow. The contrast between nature and cement (black and white in the drawing). Geography and the walls of affections. Fitting legos, like stone, wood and metal puzzle-sculptures into the timeline, nature and our lives (the pieces that form his body in the drawing). The abstraction of those who see close and in detail what is only ours and what belongs to all of us. The egoic pleasure of creating in plural, in superlative mode.
What would an edifying individual, a house in people mode, a field where houses land, a city where poetry dances with history, philosophy and other arts be like? The answer to all these questions could come together in Souto de Moura's work.
Here's also the drawn hug he dedicated me.
Dedicated to my Father.